Justiça não reconhece alegação de insanidade mental de aluno que raptou professora em Timon (MA)

A justiça não reconheceu a alegação da defesa do estudante Rodrigo da Silva Nascimento, de 19 anos, de que o jovem sofre de insanidade mental. Ele foi preso após raptar a professora Priscila Magalhães na saída de uma escola na cidade maranhense de Timon, vizinha à Teresina, no dia 23 de fevereiro.

A decisão foi da Juíza Raquel Araújo, que converteu a prisão temporária em prisão preventiva. Segundo o delegado Michel Sampaio, responsável pela investigação do caso, Rodrigo Nascimento permanece no presídio Jorge Vieira, em Timon, juntamente com os demais presos.

Após duas horas de negociação, a professora e Rodrigo saíram do carro e ele avançou com a faca na direção de um policial, que o atirou num dos braços do estudante e o imobilizou. Ele também vai responder por tentativa de homicídio contra este policial.

A professora não sofreu ferimentos e foi amparada por familiares, que acompanhavam a negociação, e se afastou das salas de aula. Rodrigo passou por cirurgia e foi preso em flagrante.

Motivação

O delegado Michel Sampaio comentou ainda que a Polícia sabe o que teria motivado Rodrigo a cometer o crime, mas não poderia divulgar a informação para preservar a privacidade da vítima e não atrapalhar os trabalhos do Ministério Público.

“A motivação do crime é um dos quesitos do júri com relação ao motivo fútil. No momento, não gostaria de revelar para não atrapalhar o trabalho do MP e da instrução criminal pré-processual, a qual ainda cabem algumas diligências. Até porque são elementos de foro íntimo da vítima”, disse.

Suspeito pediu para ir até batalhão

De acordo com o tenente-coronel J. Alves, comandante do 11º Batalhão de Polícia Militar em Timon, foi o próprio aluno quem pediu para que a professora fosse até o quartel.

“Quando o agressor adentrou ao carro, ele apenas disse que queria ir para um local que ele nunca mencionava qual queria, e que eles iriam chegar por volta das 2h. […] Ele perguntou se tinha combustível para ir até esse local, que era longe. Ela disse que não, e então ele disse para ela se encaminhar para o quartel da Polícia”, disse o tenente-coronel Alves.

Segundo o tenente-coronel Alves, o rapaz teria dito para a professora que estaria fugindo após cometer um crime, que teria matado uma mulher idosa de sua família. Entretanto, a policia não confirmou que esse crime realmente tenha ocorrido. “A informação desse homicídio não foi confirmada, e ele não tem passagem pela polícia”, comentou o tenente-coronel.

Os policiais logo perceberam a situação de refém, e iniciaram a negociação. “Quando chegou ele falava que queria muitos policiais no local, falava que queria enfrentar os policiais militares. Falava que quanto mais policiais perto dele, melhor”, comentou o tenente-coronel.

Com o inquérito concluído, o caso está agora com o Ministério Público do Maranhão, que vai decidir sobre a denúncia e encaminhá-la à Justiça.